Incômodo com sons: parece bobagem, mas não é!

barulhoTodo mundo sabe que muito barulho faz mal aos ouvidos, mas a ideia que primeiro vem à mente é a da poluição sonora que causa a perda auditiva. Embora isso seja, de fato, comum e preocupante na vida moderna, muitas pessoas só dão importância aos ouvidos quando surgem problemas que comprometem a qualidade de vida. Esse é o caso de milhões de brasileiros que apresentam zumbido no ouvido (um som interno percebido melhor no silêncio) ou hipersensibilidade auditiva (incômodo importante com sons do dia-a-dia) sem nem ao menos saberem o que têm e, assim, ficam sem procurar tratamento.

Só o zumbido já acomete 17% da população em pesquisas de diferentes países. “Pode ser comparado ao som de apitos, chiados ou cigarras. Costuma aparecer por exposição dos ouvidos a sons muito altos, mesmo que por lazer, mas também pode ocorrer por erros alimentares, estresse ou problemas na cervical e na arcada dentária”, explica a Profa  Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela FMUSP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez e Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ).

A hipersensibilidade auditiva é uma intolerância a sons normais do dia-a-dia e vem ganhando relevância recente através de duas manifestações diferentes. Milhões de pessoas se sentem atormentadas com o alto volume dos sons comuns da vida, como as vozes das pessoas, a TV e o rádio, os latidos dos cães, o trânsito nas ruas ou entrando em casa pela janela. Essa é a hiperacusia. “Por mais que seja esperado que os sons altos incomodem mais pessoas do que os sons baixos. Para se ter uma noção, uma conversa em volume normal alcança cerca de 60-70dB. Pessoas com hiperacusia têm um problema na detecção do volume e já começam a se incomodar com sons mais fracos do que 90 dB; nos casos mais graves, incomodam-se com menos de 60dB, o que praticamente inviabiliza uma vida profissional ou social”, complementa a Dra. Tanit.

Ha uma outra parcela crescente de pessoas que não consegue ter uma vida normal por causa de determinados sons baixos e repetitivos, como a mastigação da comida ou de chicletes, a respiração, sons nasais, de pigarro ou de roer de unhas, que provocam reações tão fortes e imediatas de raiva e angústia, que seus portadores se isolam do convívio familiar inclusive na hora das refeições. Essa é a misofonia. “Amigos e familiares não conseguem entender esse incômodo seletivo com alguns sons e acabam marginalizando as pessoas com misofonia, o que só piora o problema. Por isso, esse assunto precisa ser mais divulgado como doença propriamente dita”, reforça a Dra. Tanit Ganz Sanchez, que está pesquisando o mistério sobre o poder que apenas alguns sons têm de provocar reação emocional tão reflexa e incontrolável.

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