12 de abril de 2012 | Saúde

Intolerância ao glúten pode se manifestar em todas as idades

O trigo é a principal fonte de proteína não animal e está presente na alimentação mundial nas mais diferentes formas de utilização

Foto: Corbis

Segundo a especialista Dra Elide Medeiros, pediatra e Gastroenteróloga da UNIFESP, o trigo é a principal fonte de proteína não animal e está presente na alimentação mundial nas mais diferentes formas de utilização: em grão, farinha, misturas. Porém, é também o agente da Doença Celíaca, que atinge pessoas intolerantes à gliadina, uma das quatro proteínas presentes no grão, e no centeio, cevada e aveia.

A confirmação da doença é ainda um desafio para os médicos, pois ela pode se manifestar ou ser assintomática. Mas o único tratamento, após o diagnóstico, é uma dieta que exclui 100% a ingestão do trigo e seus derivados e qualquer produto que contenha até mesmo traços do grão. “Esta intolerância é hereditária e autoimune, cuja pré-disposição genética leva à produção de anticorpos contra a gliadina, ocasionando uma má absorção dos alimentos, vitaminas e nutrientes, causando sérios problemas principalmente no intestino delgado”, detalha a pediatra.

O maior pico de incidência é em crianças depois de um ano, ocorrendo tipicamente entre 18 e 24 meses, pois os primeiros sintomas surgem após uma sensibilização ao glúten, como perda de peso, irritabilidade, redução muscular, em especial nas nádegas, constipação intestinal e anemia. Já na adolescência e vida adulta os sintomas são menos claros, o que pode levar a uma maior demora no diagnóstico. “Mas as lesões no intestino delgado, verificadas por uma biópsia, são o padrão ouro na confirmação da doença. Um dos principais riscos é que os celíacos têm 300 vezes mais chances de desenvolver uma doença maligna de intestino. Daí ser indispensável excluir o glúten da alimentação para sempre”, alerta.

Segundo Dra Elide, no Brasil ainda não há um cadastro geral de dados, o que dificulta registrar um número preciso de portadores da doença. E ensina: “Eliminar o glúten da alimentação sem nenhum diagnóstico é um erro, pois o trigo é uma importante fonte energética e de fibra. Não se deve guiar por modismos que, a cada momento, apontam um alimento vilão. O que se deve – como com qualquer outro alimento – é um consumo sem excesso, como porção de uma dieta equilibrada e saudável”.

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