Inverno e psoríase

Com a chegada dos meses frios a incidência dos sintomas da psoríase costuma aumentar nas pessoas que têm o problema devido aos fatores físicos que o período proporciona, como a baixa umidade do ar, ressecamento da pele e menor exposição ao sol. A psoríase é uma inflamação crônica caracterizada por manchas e placas avermelhadas na pele, com a presença de escamas esbranquiçadas. Também pode acometer as articulações, por vezes deixando deformidades. Não é uma doença contagiosa, estando associada a fatores genéticos, ambientais (estresse, infecções, medicamentos) e imunológicos (alterações do sistema de defesa).

Os banhos quentes e mais demorados que as pessoas tomam nessa época do ano invariavelmente ressecam a pele. Sem uma hidratação adequada, a pele pode apresentar pequenas lesões devido à diminuição de oleosidade natural. “O ressecamento da pele causado pelo frio, água quente, uso excessivo de sabonetes e buchas contribuem para o surgimento de pequenas rachaduras na pele, que por si só causam inflamação local, o que favorece o surgimento dos sintomas da psoríase”, explica a dermatologista Ana Paula Galli Sanchez.

A especialista ressalta que a psoríase não é transmissível e por isso não há motivos para se preocupar com o contato com pessoas que têm a doença. “O inverno não causa psoríase. O paciente pode ter o quadro agravado basicamente pelo ressecamento da pele e pela pouca exposição do corpo ao sol, que ajuda a aliviar os sintomas”, enfatiza a médica.

Um dos grandes impactos da enfermidade é em relação ao convívio social, já que quando o paciente tem várias lesões, sobretudo em áreas expostas, ele tende a se isolar para evitar constrangimentos. Ana Paula também alerta: “Os pacientes com psoríase devem usar hidratantes regularmente. A boa hidratação da pele colabora para o controle dos sintomas”.

Os tratamentos disponíveis atualmente são muito efetivos para o controle da psoríase. Para os casos leves são indicados cremes ou pomadas, geralmente à base de corticóides, derivados de vitamina D, ácido salicílico e alcatrão. Em casos moderados a graves podem ser utilizados medicamentos orais, como imunossupressores e retinóides e medicamentos de aplicação subcutânea, como os medicamentos imunobiológicos, feitos a partir de células vivas, como é o caso de produção de vacinas e insulina. Os imunobiológicos, como o etanercepte, atuam bloqueando o Fator de Necrose Tumoral – TNF – (espécie de proteína que estimula o processo inflamatório no organismo quando há uma inflamação), produzido em excesso na psoríase.

Mais sobre a psoríase

  • Psoríase é uma doença crônica da pele. As lesões características dos sintomas surgem devido a um processo inflamatório que acelera o ciclo de renovação da pele, fazendo com que as células novas sejam produzidas mais rapidamente que o normal.
  • Geralmente essas lesões concentram-se nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e dorso inferior. Porém, podem se espalhar por toda a pele, inclusive unhas. Podem acometer as articulações em 25% dos pacientes, caracterizando a artrite psoriásica.
  • Não se conhece a causa da psoríase, porém, fatores ambientais e hereditariedade estão relacionados ao aparecimento da doença: em cerca de 30% dos casos, existem portadores da doença na família.
  • No Brasil, há cerca de 5 milhões de pacientes com psoríase. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 1% a 3% de pessoas sofram da doença no mundo.
Vida Equilíbrio

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