Medicamento original: o caminho mais seguro no tratamento da disfunção erétil
O barato pode ser caro para a vida. Esse ditado popular rege o trabalho do urologista Luiz Otávio Torres, ex-presidente da SLAMS – Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual. Entre os desafios diários do médico está orientar pacientes sobre os riscos do uso de medicamentos falsificados para tratar a Disfunção Erétil (DE). “Ao adquirir o medicamento falsificado, o paciente não sabe quais substâncias compõem cada comprimido e isso o impossibilita de saber os efeitos colaterais”, explica o especialista.
Além do perigo em relação ao conteúdo do medicamento falso, o Dr. Torres alerta para a importância de se observar a embalagem do produto. “Como ocorre com qualquer medicamento, a data de validade é muito importante para preservar a saúde do paciente e essa informação pode não estar disponível nas caixas dos falsificados”, complementa o urologista. Os medicamentos originais disponíveis no mercado têm selos especiais e hologramas para garantir sua autenticidade.
Estudo feito pela Pfizer em 14 países europeus e publicado no “International Journal of Clinical Practice” (Revista Internacional de Clínica Prática, em inglês) mostra que o mercado de medicamentos falsificados movimenta cerca de 10,5 bilhões de euros por ano. O estudo também revela que apenas uma em cada dez pílulas de Viagra apreendidas no Reino Unido continha o princípio ativo do medicamento – a sildenafila – na mesma quantidade que o comprimido original. No Brasil, o último levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal mostra que foram recolhidas 316 toneladas de medicamentos falsificados somente no primeiro semestre de 2009.
Para o presidente executivo do ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), André Montoro, o consumidor brasileiro estará mais seguro quando a lei federal que determina o rastreamento de medicamentos, já em vigor, for colocada em prática. “O rastreamento garante que cada remédio tenha seu percurso monitorado, desde a fabricação até o destino final, ou seja, a mão do consumidor”, explica o executivo. A expectativa do setor farmacêutico é que o sistema seja implantado pelas empresas ainda este ano.
Para o secretário-executivo do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Rafael Bellini, o número de apreensões de medicamentos falsificados deve aumentar nos próximos anos em função do aumento na fiscalização e da maior consciência do consumidor quanto ao perigo da compra de produtos falsificados. “O consumidor já sabe que comprar medicamentos em sites duvidosos ou em camelôs é perigoso porque não há garantia de procedência e isso pode causar danos irreparáveis à saúde”, defende o especialista em combate à pirataria.
Dez motivos para adquirir somente medicamentos originais para DE
- Saber exatamente o conteúdo dos comprimidos
- Ter acesso à procedência do produto
- Ter acesso à data de validade
- Ter eficácia garantida pelo fabricante
- Conhecer os efeitos colaterais
- Ser coerente com a orientação de seu médico de confiança (os médicos não indicam a compra de medicamentos falsificados)
- Ter suporte do fabricante se houver necessidade de mais informações sobre o produto
- Estimular o comércio de produtos legais no Brasil e não alimentar a pirataria
- Reforçar a cultura de uso de medicamentos originais em seu círculo social, o que demonstra responsabilidade e preocupação com a saúde individual e coletiva
- Não colocar sua saúde em risco ao consumir produtos de composição desconhecida
A Disfunção Erétil consiste na incapacidade de obter e/ou manter o pênis ereto para um desempenho sexual satisfatório. Estima-se que a incidência de algum grau da doença na população masculina brasileira acima de 40 anos é de 48%. A disfunção está associada a problemas orgânicos, psíquicos ou mistos e pode ser de intensidade leve à completa.