Medidas comportamentais ajudam na prevenção das crises de enxaqueca
Certamente boa parte da população sofre ou já sofreu com dores de cabeça. Mas, alguns indivíduos possuem crises que vão do moderado ao insuportável, também conhecida como enxaqueca – uma síndrome neurológica. Acredita-se que a causa seja espontânea, provocada por fatores externos ou genéticos, segundo o neurologista Luiz Fernando Haikel Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.
Normalmente as crises de enxaquecas são dores de cabeça recorrentes, unilaterais ou bilaterais, latejantes e acompanhadas por náuseas, vômitos, intolerância à claridade, barulho e cheiro. Atinge principalmente as mulheres durante a vida fértil, apresentando melhoras na gestação e após a menopausa. As crises podem durar de duas a 72 horas.
Antes do início das crises, alguns indivíduos apresentam alterações visuais, falta de apetite, hiper-atividade, depressão nervosa, irritabilidade, bocejos repetidos, dificuldade de memória, desejos por alimentos específicos e sonolência.
As crises podem ser desencadeadas por alguns fatores como dormir muito ou pouco, dormir fora de hora, alguns alimentos, cheiros fortes, ciclo menstrual, exposição ao sol, esforço físico, bebidas alcoólicas e estresse físico e emocional.
O diagnóstico da enxaqueca é de extrema importância uma vez que a doença pode ser confundida com sintomas de algumas doenças, como meningites, sangramentos cerebrais, tumores cerebrais e sinusites agudas. Em razão disso é necessário uma investigação laboratorial e clínica com história detalhada para o diagnóstico correto da origem da patologia. Em alguns casos podem ser necessários exames complementares como ressonância magnética de crânio e o eletroencefalograma.
Existem dois tipos de tratamento, o primeiro é o preventivo, o médico recomendará medicamentos de uso diário e por um determinado período, que evitarão as crises. Já o segundo são utilizados analgésicos comuns e dependendo do caso medicamentos mais severos. O tratamento deve ser individualizado de acordo com a intensidade da dor, duração e sintomas.
Segundo o especialista os pacientes que se submetem ao tratamento preventivo apresentam melhora clínica, com diminuição da frequência, intensidade e duração das crises. “As crises que ocorrem durante o tratamento são mais fracas e rapidamente resolvidas”, explica o médico.
Por meio de um tratamento preventivo é possível prevenir a enxaqueca desde que o paciente consiga estabelecer os fatores que desencadeiam as crises e utilize técnicas de relaxamento, dieta, psicoterapia e acupuntura.
“O tratamento da enxaqueca tem melhor resultado quando associado a medidas comportamentais. Um diário, com registros sobre a enxaqueca, como atividades, alimentos e suas relações com a dor pode ajudar. A prática de atividades físicas moderadas e regulares também é recomendada, pois é um mecanismo de regulação da dor, além de aliviar o estresse que pode facilitar a enxaqueca”, alerta o especialista.