Mulheres obesas podem perder sustentação da bexiga

São Paulo, 29 de novembro de 2010 – Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 46,6% da população está com excesso de peso e 13,9% é obesa. Fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial, a obesidade também influencia o surgimento de problemas associados como a Cistocele ou prolapso vaginal, popularmente conhecida por bexiga baixa.

A Cistocele atinge apenas as mulheres e ocorre devido à perda da sustentação da bexiga feita pelos músculos e ligamentos da pelve. Um dos primeiros sintomas é a incontinência urinária. “Em torno de 40% das pacientes com incontinência urinária apresentam algum tipo de prolapso vaginal”, comenta o urologista e responsável do Centro de Micção do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Fernando Almeida. Já em estágios avançados, a mulher tem a sensação de peso e desconforto vaginal.

Considera-se fator de risco mulheres cujo Índice de Massa Corporal (IMC) está acima dos 26. O IMC é padrão internacional para avaliar o grau de obesidade e pode ser calculado dividindo o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em metros).

“A relação entre obesidade e incontinência urinária foi notada quando pacientes emagreceram após a cirurgia de redução de estômago, relatando que não mais perdiam urina”, explica o especialista. No entanto, se estiver caracterizada uma queda da bexiga, emagrecer não é o suficiente para solucionar o problema. Neste caso é necessário realizar cirurgia para sustentar a bexiga. “Há diversas técnicas disponíveis, entre elas a inserção de uma tela que faz as vezes da sustentação muscular”, diz.

Além da obesidade, outros fatores que enfraquecem ou relaxam os músculos e ligamentos são a histerectomia (retirada do útero), cirurgias vaginais, partos normais e prolongados, além da menopausa e idade acima dos 50 anos. O exame clínico é uma das principais formas de diagnóstico podendo ser auxiliado com procedimentos como a ressonância magnética.