Os enxaguantes bucais não eliminam o mau-hálito

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Foto: Corbis

Para complementar a higiene bucal, muitas pessoas utilizam, além da escova de dentes e do fio dental, as soluções para bochechos, também conhecidas como enxaguantes ou colutórios bucais. No mercado, notamos uma grande variedade de produtos: aqueles indicados para a higiene pós-cirúrgica; os que contêm flúor, para controle de cárie; os que visam combater a hipersensibilidade dos dentes; e, os que contêm substâncias anti-bacterianas, visando eliminar as bactérias bucais e o mau-hálito.

Entretanto, quaisquer desses produtos deverão ser prescritos pelo dentista, de acordo com a necessidade dos pacientes. Utilizar soluções para bochechos de maneira aleatória é desnecessário, e pode ser perigoso para a saúde bucal. “Eu não recomendo o uso aleatório e diário desses produtos.”, declara a especialista em odontologia estética, Dra. Maristela Lobo. Segundo Lobo, as soluções que contêm clorexidina são indicadas para períodos curtos pós-cirúrgicos, uma vez que, além do efeito de controle químico da quantidade de bactérias orais, eles também podem gerar efeitos colaterais importantes, tais como manchamento dos dentes, descamação da mucosa e alteração do paladar. Apesar desses fatos, esses produtos continuam sendo vendidos nas farmácias sem a obrigatoriedade de receitas.

Os enxaguatórios que contêm flúor estão indicados primordialmente para as crianças, adolescentes e adultos que possuem doença cárie ativa. O íon flúor ajuda no equilíbrio físico-químico do processo de desmineralização dos dentes, e combate a formação da lesão de cárie. Um cuidado especial deve ser tomado com as crianças, “Crianças que utilizam essas soluções inadvertidamente podem ingerir quantidades de flúor sem necessidade, e gerar flurose dental, a depender da idade, ou a flurose esquelética – que são doenças importantes no âmbito da saúde pública”, afirma a Doutora.

“Existem enxaguatórios que possuem substâncias específicas para tratar a sensibilidade, como o nitrato de potássio, O cloreto de estrôncio, etc.”, descreve Dra. Lobo. Os demais produtos, à base de cetilpiridíno ou de óleos essenciais (eucaliptol e timol), têm efeitos antibacterianos muito limitados, que serão insuficientes se o individuo não tiver uma higiene oral mecânica adequada (com fio dental e escova).

Alguns enxaguantes possuem álcool, O que não é recomendado para a saúde bucal. “Essa substância pode causar a descamação de células da mucosa oral – isso não quer dizer que cause câncer, porém, a literatura científica aponta o excesso de álcool e cigarro como fatores co-carcinogênicos em pessoas susceptíveis a esse tipo de doença.”, diz a especialista. Desta forma é melhor optar por produtos que não tenham o álcool em sua composição.

Com receituário médico, é possível usar o enxaguante como recurso para auxiliar a limpeza dos dentes. “Se houver algum tipo de alergia, seu uso deve ser suspendido.”, alerta a Dra. Lobo. Está enganado quem pensa que o produto elimina o mau hálito, pois cerca de 90% das causas de odores bucais são responsáveis por dentes, gengivas e língua, e apenas 10% das causas são estomacais e amigdalianas.

O melhor para se manter uma boca saudável e livre de bactérias, é manter uma boa escovação diariamente. “Essa higiene mecânica, realizada com fio dental e escova, é a única capaz de desorganizar e destruir as colônias de bactérias (placa bacteriana), que causam as doenças bucais”, finaliza Lobo.

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