Parkinsonianos recuperam a autonomia com ajuda da neuroestimulação

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Foto: Corbis

Onze de abril foi o Dia Mundial da Doença de Parkinson, a data foi instituída para ampliar a conscientização sobre a doença e incentivar a pesquisa e a inovação no seu tratamento. Embora não tenha cura, os sintomas físicos do Parkinson podem ser gerenciados com medicamentos e fisioterapia. Porém, após anos de tratamento é comum que os remédios deixem de surtir efeito. A boa notícia é que existe uma tecnologia médica que pode ajudar boa parte desses pacientes: a neuroestimulação, uma terapia revolucionária, mas ainda pouco difundida no país.

Um aparelho parecido com um marca-passo é implantado no peito do paciente e envia estímulos elétricos, por meio de eletrodos, para áreas específicas do cérebro, ajudando o parkinsoniano a controlar seus movimentos e recuperar a autonomia. A cirurgia é feita com o paciente acordado, assim ele pode auxiliar o médico na localização da área exata que controla os movimentos no cérebro.

“A neuroestimulação é hoje o tratamento mais avançado para a doença de Parkinson. É uma terapia segura que proporciona resultados excelentes. Ela é realizada no exterior e no Brasil desde os anos 80, mas nos últimos anos ganhou mais efetividade, podendo ser aplicada com maior precisão,” afirma o neurocirurgião Erich Fonoff. “O implante é uma alternativa para os casos em que o tratamento medicamentoso deixou de ser eficiente ou para quem sofre muito com os efeitos colaterais.”

Há pouco mais de um ano o engenheiro civil Carmelo Lorenzo Filho, 66, fez o implante do neuroestimulador. Ele apresentou os primeiros sinais da doença aos 52 anos, mas só foi diagnosticado com Parkinson 13 anos depois. “Foram anos convivendo com o Parkinson e a depressão. Tudo na minha vida era limitado e eu sabia que o meu destino era acabar numa cadeira de rodas,” conta Filho. Um dia, em uma de suas idas rotineiras até o posto de saúde para buscar remédios, o engenheiro aposentado encontrou, por acaso, a dentista da unidade. Numa conversa informal a moça contou que seu pai tinha a mesma doença e fez uma cirurgia para implante de um neuroestimulador.

“Ela me disse que ele entrou no hospital de cadeira de rodas e saiu andando. Não acreditei, pedi o telefone do médico e agendei a minha consulta. Foi assim que descobri o tratamento que mudou a minha vida. Depois da neuroestimulação as pessoas não acreditam quando conto que tenho Parkinson. Hoje me exercito, trabalho, dirijo, tenho uma rotina como a de qualquer outra pessoa,” diz Filho.

O Ministério da Saúde estima que a prevalência do Parkinson no Brasil seja de 100 a 200 casos para cada 100 mil habitantes. Trata-se de uma condição crônica, sem causa conhecida, progressiva e degenerativa do sistema neurológico, que afeta os movimentos e a coordenação dos portadores. Conforme progride, incapacita o indivíduo, fazendo com que atividades simples do dia a dia, como tomar banho e se vestir, se tornem impossíveis.

“Mesmo com toda a evolução na área médica nos últimos anos, o Parkinson ainda é uma doença de difícil diagnóstico e sem cura. Seus sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças, além de variar bastante de paciente para paciente,” explica Fonoff. Geralmente os primeiros sinais da doença de Parkinson são sutis. Muitos ficam surpresos ao saber que a falta de expressão facial, perda do olfato, constipação, tontura, desmaios, postura curvada e dificuldade para dormir também podem ser sintomas da doença.

Segundo o médico, a maioria das pessoas só reconhece a doença quando surgem os tremores constantes e a dificuldade para se movimentar e andar. Normalmente, os sintomas aparecem depois dos 65 anos de idade, porém aproximadamente 15% dos que convivem com o Parkinson desenvolvem a doença antes dos 50 anos. “Ainda não existe prevenção. Mas quanto antes for descoberta, melhor será a resposta do paciente ao tratamento. Adiar a procura por ajuda médica pode interferir no sucesso da terapia,” alerta o neurocirurgião.

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