Qual o momento mais apropriado para começar a usar os óculos de sol?

óculos de sol

Foto: Corbis

Antes de nos expormos ao sol, procuramos nos proteger com o uso de filtro solar, buscando evitar o bronzeamento sem proteção, o envelhecimento precoce e o câncer de pele. “Mas o que muitas pessoas não sabem é que os raios UV podem causar danos graves e irreversíveis aos olhos. Na verdade, de acordo com dados da The Eyecare Trust, os olhos são dez vezes mais sensíveis à luz ultravioleta do que a pele. As crianças são o grupo mais vulnerável, quando o tema é a exposição ao sol, porque seus olhos têm a pupila maior e lentes mais claras, permitindo que até 70% a mais de raios UV atinjam suas retinas”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Uma pesquisa feita pela The Eyecare Trust revelou que enquanto 79% dos pais ingleses insistem para que seus filhos usem protetor solar ao ar livre, apenas 44% exige que eles usem óculos escuros, nos momentos de exposição ao sol. Um outro estudo realizado pelo The College of Optometrists revelou dados semelhantes: três em cada quatro pais ingleses estão arriscando a visão de seus filhos por não fazê-los usar proteção adequada, quando eles se expõem ao sol.

Visando preservar a saúde ocular, o ideal é recomendar o uso contínuo de óculos escuros, no verão e no inverno, a todos: crianças, adolescentes, adultos e idosos. “Mesmo quando o dia está nublado, os raios ultravioletas penetram nos olhos”, alerta o oftalmologista.

Os danos causados pelo sol à visão estão relacionados a problemas oculares graves, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira irreversível no mundo industrial. “Passar cinco horas ou mais, exposto ao sol, nos dias no verão, durante a adolescência e a idade adulta, pode aumentar em 50% o risco de desenvolver a doença, posteriormente”, diz Virgilio Centurion.
A luz solar também está relacionada ao aparecimento de outros problemas oculares: catarata, pterígio e câncer de pálpebra. “A luz solar brilhante refletida na areia, na neve, na água ou até mesmo nas calçadas pode causar danos imediatos à córnea, a superfície do olho. Pessoas loiras e/ou com olhos claros são mais vulneráveis a estes riscos porque apresentam menor pigmentação nos olhos. A íris de cor escura consegue bloquear os raios UV com mais eficiência, mais isto não quer dizer que pessoas com olhos escuros não devam se proteger”, explica Juan Caballero, oftalmologista do IMO.

A luz solar provoca danos cumulativos à visão e provoca alterações em várias partes do olho. “Os danos mais graves são provocados à mácula, parte mais sensível do olho, que é usada para a visão detalhada. Os raios UV, da mesma maneira que queimam a pele podem queimar a mácula e dar origem à degeneração macular relacionada à idade, que é a perda de visão no centro do campo visual, necessária para trabalhar, ler ou reconhecer rostos”, explica o oftalmologista Juan Caballero.

“Outro problema ocular que pode ser resultante do excesso de exposição aos raios UV é a catarata, quando o cristalino – as lentes dos olhos – se torna opaco, limitando a luz que atinge o fundo do olho e a sua capacidade de ver”, destaca Virgilio Centurion. A catarata se desenvolve porque a exposição à radiação UV de longa duração favorece a formação de radicais livres, que interferem diretamente no funcionamento do cristalino.

Prevenir é o negócio

Como 50% da nossa exposição total à luz solar ocorre durante a infância é particularmente importante proteger os olhos das crianças de danos futuros à visão. “Você não vê os danos causados aos olhos dos seus filhos quando eles têm cinco ou seis anos de idade, mas é importante saber que a exposição solar sem proteção pode causar o surgimento da catarata aos 50 anos ou da degeneração macular relacionada à idade aos 60 anos de idade, ao invés de 75. Todo este ‘estrago’ já pode estar traçado antes mesmo que seu filho complete 18 anos”, alerta o oftalmologista do IMO, Juan Caballero.

Uma das maneiras mais eficazes de evitar o aparecimento de diversas doenças oculares mencionadas anteriormente é usar os óculos de sol. Em algumas escolas da Austrália já é obrigatório que as crianças os usem também no parque infantil. “Por isto é importante que os pais comprem óculos de sol que as crianças gostem de usar. Para as que apresentam vícios de refração é possível colocar o grau corretivo nas lentes escuras também”, alerta Juan Caballero.

Outra recomendação eficaz ao se expor ao sol é usar um chapéu com abas largas, que pode reduzir pela metade, a quantidade de radiação UV que entra nos olhos. “Comer vegetais folhosos verdes, como espinafre e couve, feijão verde, milho e gemas de ovos ajuda a proteger os olhos também, pois estes alimentos contêm luteína, substância que ajuda na filtragem da luz solar nociva que atinge o fundo do olho”, explica o oftalmologista Juan Caballero.

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