Recuperação sem dor

“Vamos ter que realizar uma cirurgia.” Quando o médico fala isso ao paciente, logo “bate” o medo. Por mais que a medicina tenha avançado, as operações cirúrgicas exigem cautela e o processo de recuperação é delicado e demorado. Porém, esse cenário está mudando. As cirurgias minimamente invasivas já são uma realidade nos países desenvolvidos e, aos poucos, começam a ser aplicadas no Brasil.
Como o próprio nome diz, o procedimento é realizado com pequenos cortes ou incisões, através de instrumentos cirúrgicos longos que são introduzidos até o local e acompanhados por câmeras e monitores de vídeo. A prática lesa menos a pele e os músculos. No caso da coluna, órgão que rege o equilíbrio do corpo, a técnica não agride os tecidos que a envolvem e possibilita um pós-operatório sem dor para se movimentar. “Isso proporciona rápida recuperação, diferente das cirurgias tradicionais”, explica o médico ortopedista, especialista em cirurgia da coluna vertebral, Aldemar Roberto Rios. Segundo ele, a cirurgia minimamente invasiva pode ser realizada na maioria dos casos e os resultados são promissores. “A exceção é quando temos tumores malignos ou benignos agressivos, pois necessitamos retirá-los”, esclarece.
Além do avanço na medicina, para o paciente isso representa uma recuperação muito mais rápida, com menores índices de complicação e tempo de hospitalização. Foi o que aconteceu com Pedro Andorffy Neto, 64, de Porto Alegre. Com dores para caminhar e dificuldades de movimentação na perna direita, Pedro foi diagnosticado com hérnia de disco. Antigamente, a compressão das raízes nervosas da coluna seria sanada por grandes incisões e a dor pós-operatória surgiria por causa dos tecidos danificados no procedimento. No entanto, o problema de Pedro foi resolvido com uma técnica minimamente invasiva aspirativa da hérnia, chamada Nucleotome, retirando o disco intervertebral que causava dor. A operação durou duas horas. “Fui sedado, passei pela cirurgia e, no mesmo dia, voltei para casa caminhando. A dor desapareceu rapidamente. Passar por um procedimento desses é uma grande vitória pessoal”, descreve Neto.

Custo alto dificulta a prática

Por mais que seja um procedimento menos doloroso para o paciente, a cirurgia minimamente invasiva ainda é uma novidade no Brasil, diferente dos países de primeiro mundo, onde a prática já é uma realidade. O motivo é o alto preço desse tipo de técnica, o que inviabiliza a aprovação por parte dos planos de saúde e do governo. “Aqui, aproximadamente há 10 anos essas operações são realizadas e, geralmente, são procedimentos particulares. Apenas alguns convênios de saúde os autorizam. A cirurgia é muito cara, os materiais são importados e é necessária capacitação e treinamento dos médicos ortopedistas e neurocirurgiões que atuam na área da coluna vertebral”, destaca Rios.

Apesar das dificuldades para obter o procedimento, os avanços da medicina nessa área possibilitam uma nova visão para o tratamento dos problemas da coluna vertebral. Além de mais segura, permite à pessoa uma recuperação sem dores e restrições, que é o grande objetivo da medicina, o que move pesquisas e avanços tecnológicos neste campo.

Redação Vida Equilíbrio

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