Redução de mama ou cirurgia bariátrica: o que deve vir primeiro?

mulher obesa

Foto: Corbis

Para mulheres muito obesas, em ambos os procedimentos – cirurgia bariátrica e cirurgia de redução de mama – os melhores resultados são alcançados quando a perda de peso é alcançada em primeiro lugar, sugere um estudo publicado no Plastic and Reconstructive Surgery, jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos.

Embora a redução inicial da mama possa trazer alguns benefícios, as mulheres podem se decepcionar com a aparência dos seus seios, após a perda maciça de peso, fato comum, após a realização da cirurgia bariátrica. “Assim, as pacientes que estão considerando fazer a cirurgia bariátrica devem ser encorajadas a realizar esta operação antes de fazer a mamoplastia redutora”, defendem os pesquisadores da University of Rochester Medical Center.

Quando a bariátrica é realizada antes da redução das mamas

Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram dados de mulheres obesas mórbidas que tiveram perda de peso maciça: mais de 50 quilos. As participantes deste estudo apresentavam um Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 54. Todas necessitaram de cirurgia bariátrica para conseguir emagrecer.

O estudo incluiu dois grupos de mulheres: 15 que se submeteram à cirurgia de redução das mamas, antes da perda maciça do peso, e 14 que não haviam passado pela cirurgia de redução de mama, antes da perda de peso maciça.

Todas as mulheres que se submeteram à mamoplastia redutora reconheceram uma melhora na aparência de seus seios, depois da cirurgia. Além disso, a mamoplastia “as incentivou a se exercitar e a perder peso por conta própria”. Mesmo assim, todas as 15 mulheres necessitaram da cirurgia bariátrica para atingir seus objetivos de perda de peso. E após a bariátrica, novas reduções no tamanho e no formato da mama foram necessárias.

A cirurgia bariátrica afeta a aparência dos seios, pois com o emagrecimento posterior, o excesso de pele pode ser muito aparente. Após a perda maciça do peso, 86% das mulheres que anteriormente tinha se submetido à mamoplastia redutora alegava que a aparência de seus seios estava pior. Cerca de metade destas mulheres planejavam fazer uma nova cirurgia para melhorar a aparência dos seios.

Por causa dos benefícios da redução de mamas – alívio de dores nas costas, fim dos problemas de coluna, assaduras na parte inferior do seio, dores e machucados constantes nos ombros por causa da alça do sutiã – a maioria das mulheres não se arrependeu de sua decisão de ter feito a redução de mamas, primeiro. No entanto, se fossem dar conselhos a uma amiga, elas disseram que iriam recomendar a perda de peso – cirurgia bariátrica – antes da cirurgia de redução de mama.

No grupo analisado, dentre as mulheres que não realizaram a mamoplastia redutora, 71% afirmava que a aparência dos seus seios estava pior, após a cirurgia bariátrica. Metade planejava fazer uma cirurgia de redução de mama.

De acordo com o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, mulheres que são candidatas a fazer ambos os procedimentos, devem ser orientadas a considerar a cirurgia bariátrica em primeiro lugar. “Mesmo que a redução das mamas traga benefícios, – incluindo redução da dor e aumento da capacidade de exercício – o aspecto final das mamas parece melhor se a cirurgia de redução das mamas é realizada após a perda de peso maciça. Estas considerações devem ser individualizadas para cada paciente obesa que procura a redução da mama, antes da perda de peso”, diz o médico.

Plástica, após bariátrica, é cada vez mais comum

A cirurgia plástica, após a bariátrica, deve ser feita quando o objetivo da perda de peso estipulada pelo cirurgião bariátrico for atingido ou quando ocorre a estabilização do peso do paciente. A estabilização do peso ocorre geralmente entre 01 e 02 anos após a cirurgia bariátrica. Ainda assim, o cirurgião plástico deve selecionar os pacientes que estejam com IMC abaixo de 30. “Quando o IMC estiver acima de 30, a cirurgia só deve ser feita se houver razões fortes, como por exemplo, quando a sobra de pele e o excesso gorduroso prejudicam a locomoção do paciente”, diz Ruben Penteado.

A cirurgia plástica da obesidade é importante para os obesos grau 3, anteriormente chamados de obesos mórbidos. “Estes pacientes perderam muito peso depois que se submeteram à cirurgia bariátrica. São pessoas que perderam a elasticidade da pele, fato que prejudica não apenas o aspecto estético, mas algumas funções básicas da vida”, explica o cirurgião plástico.

Os problemas dos pacientes começam com prejuízos à postura e ao equilíbrio causados pelo excesso de pele. “Depois, podemos citar os problemas de integração social e de relacionamento sexual. Acentua-se o incômodo causado pelas dermatites localizadas nas dobras de pele”, diz o diretor do Centro de Medicina Integrada.

Ruben Penteado destaca que é preciso observar, cuidadosamente, o paciente, antes da realização da cirurgia plástica. “Geralmente, pacientes que foram assistidos por uma equipe multidisciplinar estão melhores preparados para a etapa da plástica. Aqueles que apresentam um quadro de depressão ou algum outro tipo de problema requerem mais atenção”, defende.

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