Saiba como proteger os olhos nas férias de julho
Julho é mês de férias para a maioria das crianças. Quem vai brincar em casa, na praia ou no hotel deve aprender a proteger os olhos e evitar acidentes comuns que acabam sem querer comprometendo a visão. De acordo com o doutor Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, os perigos que se encontram nos hotéis estão mais relacionados às áreas de playground e à piscina. “Tanques de areia não tratada representam sempre um risco a mais para crianças, já que muitas costumam levar a mão aos olhos enquanto brincam. Por isso, pais ou responsáveis devem adverti-las a não fazer mais isso, porque podem ser contaminadas pelas fezes ou urina de animais. Já com relação às piscinas de hotéis e clubes, o risco é maior quando há muitos frequentadores, água não-tratada ou com excesso de cloro, ou ainda quando estão sujas”.
Na opinião do médico, praias consideradas impróprias para banho não oferecem a mínima segurança à saúde em geral, muito menos para os olhos. “Outro risco associado à praia é negligenciar o uso de óculos de sol. Não adianta comprar óculos ‘genéricos’, que não oferecem proteção alguma contra os raios ultravioleta. Os danos provocados pelo sol são cumulativos e esse descuido pode levar a doenças degenerativas da retina, catarata e queimaduras na córnea, por exemplo. Por isso, quem vai à praia deve sempre levar um kit composto de garrafa de água, toalha limpa, protetor solar e óculos de sol”.
Para quem pensa que ficar em casa é a opção mais segura, Neves alerta que a maioria dos acidentes envolvendo crianças acontece dentro do lar, geralmente por descuido dos adultos. “Os olhos costumam ser muito afetados nos acidentes com aerossol, quando a criança está tentando utilizar ou brincar com desodorantes, perfumes, produtos de limpeza, tintas, repelentes ou até mesmo com o protetor solar. Quando a criança aponta o spray em sua própria direção, as irritações são as consequências mais frequentes, seguidas de queimaduras químicas, arranhões e ferimentos no globo ocular provocados por coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos olhos. Por isso, dependendo da gravidade, é importante enxaguar bem os olhos da vítima e recorrer a uma clínica especializada, tomando o cuidado de levar a embalagem do produto para que o médico saiba exatamente que medida tomar”.
Conjuntivite também aumenta nas férias de inverno
De acordo com Renato Neves, a conjuntivite é outro problema que costuma se agravar nesta época do ano, quando crianças e adultos em férias lotam ambientes fechados, como cinemas e lanchonetes, compartilham piscinas, toalhas e roupas. São cinco os tipos mais comuns de conjuntivite: viral, bacteriana, alérgica, tóxica e química. “A viral pode provocar pontos de hemorragia, lacrimejamento constante e sensação de um corpo estranho na vista. Casos graves de conjuntivite adenoviral, por exemplo, podem evoluir para a formação de cicatrizes na córnea, reduzindo a visão do paciente. A conjuntivite causada por bactéria provoca uma secreção amarelada e é comum o paciente acordar com os olhos ‘colados’. Nesse caso, é necessário o tratamento com um colírio de antibiótico por uma semana”, diz o médico – que revela cinco medidas para evitar a propagação da doença:
- A pessoa contaminada deve se afastar do convívio social por uma semana, pelo menos. Isso inclui passeios e encontros casuais também;
- Pessoas saudáveis devem evitar ambientes fechados, onde o vírus é transmitido mais facilmente;
- Lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia também é medida obrigatória;
- Evitar a automedicação. Alguns colírios à base de cortisona podem agravar ainda mais o quadro caso não sejam prescritos por um médico;
- Visitar um oftalmologista assim que começar a sentir que a vista está embaçando, lacrimejando ou ficando avermelhada.