25 de junho de 2012 | Estilo de Vida

Sedentarismo prejudica a saúde dos joelhos

Pessoas que passam muitas horas sentadas podem desenvolver lesões na articulação, como a condropatia patelar

joelhos

Foto: Corbis

Muito se fala sobre a importância da prática de atividades físicas para uma vida saudável, mas pouco ainda se sabe sobre os reais malefícios do sedentarismo para o corpo. Hoje em dia, grande parte da população trabalha sentada e a inatividade, além de comprometer o funcionamento do coração e do pulmão, ainda prejudica os ossos e articulações, como os dos joelhos.

“Pacientes que ficam muito tempo sentados, com os joelhos dobrados, e os sedentários, que apresentam um fortalecimento muscular inadequado e mau alongamento dos grupos musculares dos membros inferiores, podem desenvolver condropatia da articulação femoropatelar, também chamada de condromalácia. A condropatia femoropatelar é um desgaste que acomete a cartilagem da patela e/ou da tróclea, uma região do fêmur onde a patela se articula. Quando o joelho fica dobrado em um ângulo maior do que 40°, a patela passa a fazer contato com a tróclea de maneira mais intensa, provocando uma sobrecarga da patela contra o fêmur. Além disso, o desequilíbrio muscular provocado pelo sedentarismo modifica a biomecânica normal do joelho, levando também à sobrecarga da articulação femoropatelar e ocasionando a condropatia”, explica o ortopedista Dr. Paulo Henrique Araujo, cirurgião ortopedista especializado em trauma ortopédico e cirurgia de joelho.

Quando um joelho sofre de condropatia da articulação femoropatelar, a saúde e funcionalidade do outro também pode ficar comprometida. “Isso acontece por dois motivos: se um joelho apresenta a lesão, isso indica que o outro também pode ter as mesmas deficiências musculares que originaram o problema, ou seja, se o membro envolvido tem déficit de alongamentos e força muscular, o outro, muitas vezes, também terá. Além disso, quando um membro é acometido, o outro acaba sendo sobrecarregado para desempenhar parte das ações que deveriam ser divididas entre os dois joelhos”, esclarece.

Sintomas

De acordo com o especialista, a condropatia da articulação femoropatelar ocorre por uma modificação na biomecânica normal destas juntas, que impõe uma fricção maior no deslizamento da patela contra a tróclea.

Os principais sintomas são dor, estalidos e rangidos. “Embora o problema possa ser diagnosticado em ambos os sexos, as mulheres são mais acometidas por apresentarem características anatômicas que favorecem essas lesões”, revela o médico.

Tratamento

Segundo o ortopedista, o principal tratamento da condropatia da articulação femoropatelar é feito por meio do reequilíbrio muscular, que pode ser adquirido durante sessões de fisioterapia, por exemplo. “O tratamento deve ser individualizado, pois cada paciente apresenta uma deficiência específica. Por exemplo: se um paciente tem um mau alongamento da musculatura posterior da coxa, essa limitação deve ser corrigida com fisioterapia para recuperar o equilíbrio muscular. Outro paciente pode ter um bom alongamento posterior, mas apresentar uma hipotrofia do músculo vasto medial do quadríceps, o que muda o foco do tratamento. A intervenção medicamentosa também pode ser instituída para recuperar as áreas de perda cartilaginosa, porém com sucesso variável”, explica.

O médico esclarece, ainda, que o tratamento cirúrgico é menos frequente, mas possível em casos específicos. “A técnica empregada no tratamento cirúrgico, seja ela minimamente invasiva por meio de artroscopia ou através de cirurgia aberta, dependerá do grau da lesão apresentada e, principalmente, das causas que levaram a essa lesão”

Recuperação

“As condropatias são irreversíveis. Ao tratar as lesões, o que se deseja é eliminar ou diminuir os sintomas, principalmente a dor. O índice de reincidência de dor é alto se o paciente não controlar o déficit que motivou a lesão. Ou seja, se a limitação muscular (uma falta de alongamento adequado ou falta de fortalecimento muscular desejável) não for constantemente combatida, ela pode desencadear novamente os sintomas”, alerta o médico.

Por isso, de acordo com o Dr. Paulo Henrique Araujo, a melhor saída é sempre a prevenção. “As condropatias podem ser evitadas, principalmente, com um bom equilíbrio muscular dos membros inferiores. Além disso, evitar situações de risco, como ficar muito tempo com os joelhos dobrados e subir escadas muitas vezes ao dia, também pode ajudar”, avisa.

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