Transtornos mentais ainda geram preconceito

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Infelizmente, apesar dos avanços do conhecimento, funcionamento e tratamento das doenças psiquiátricas pela classe médica, os transtornos mentais ainda são encarados de forma preconceituosa por grande parte da população. De acordo com Dr. Luis Gustavo Brasil, psiquiatra da Clínica Maia, “isso se deve a enorme falta de informação adequada fruto de crenças e estigmas e a pesada carga que algumas doenças mais graves, como a esquizofrenia, por exemplo, foram interpretadas ao longo da história”.

Os transtornos mentais mais comuns e presentes na população em geral são a depressão e os transtornos de ansiedade, que englobam a Síndrome do Pânico e o Transtorno de Ansiedade Generalizada. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) a depressão é hoje um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Estima-se que entre 10% das mulheres e 6% dos homens terão, ao longo de suas vidas, algum episódio depressivo.

Dr. Brasil explica que há duas abordagens complementares para o tratamento dos transtornos mentais mais comuns: o farmacológico, com medicações específicas, e o psicoterapêutico, com diferentes tipos de terapia. “No caso da depressão e da ansiedade são geralmente utilizados antidepressivos e ansiolíticos, cujas doses e tempo de uso variam de acordo com a natureza específica de cada caso e do contexto em que se encontra cada paciente. Os medicamentos atuarão em substâncias químicas endógenas específicas chamadas neurotransmissores, que nos traduzem a sensação de prazer, satisfação, serenidade e bem-estar.”

O médico afirma que as terapias são eficazes, pois fornecem ferramentas ao paciente que o auxiliam a enfrentar as adversidades que a vida impõe, restabelecendo seu funcionamento psíquico normal, permitindo que ele compreenda as causas do que lhe acomete para que possa desenvolver meios eficazes e funcionais de agir em seu meio, solucionando problemas pontuais, assim como observando questões de cunho mais existencial.

Indagado sobre quando procurar ajuda especializada, o psiquiatra recomenda buscar pelo tratamento o quanto antes, já que podem ocorrer prejuízos progressivos e persistentes no rendimento das atividades produtivas e comuns do cotidiano, deterioração dos relacionamentos familiares e sociais, das relações no trabalho, podendo culminar desde rompantes e explosões de episódios de raiva e irritabilidade em determinadas situações até tendências ao isolamento e dificuldades de iniciativas.

“O indivíduo vai perdendo sua funcionalidade, se acha impotente, comprometendo sua autoestima e mergulhando ainda mais dentro do quadro da doença. Muitas vezes ele se sente acuado e inibido, sem esperanças de melhora e não compreendido pela maioria das pessoas em sua volta, o que poderá levá-lo a atos como a autoagressão  e o uso de drogas como mecanismo disfuncional para tentar aplacar seu sofrimento e até a busca pelo suicídio“, alerta Dr. Luis.

O especialista acredita que, aos poucos, as barreiras e o preconceito que existem para com as pessoas portadoras de transtornos mentais tendem a ser quebradas e os pacientes, quando bem acompanhados por profissionais competentes e por familiares participativos, poderão ter uma vida funcional e produtiva dentro da sociedade e do seu meio.

Vida Equilíbrio

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