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Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que, em média, três pessoas são internadas, por dia, por envenenamento, intoxicação ou exposição à substâncias nocivas. Somente em 2011 foram registradas 951 internações causadas por ingestão ou inalação de líquidos ou gases tóxicos em decorrência de acidentes domésticos ou de trabalho. Desse total, 29 pessoas morreram. Em 2010 foram registradas 1.132 internações e 26 mortes.
De acordo com o levantamento, o número de vítimas por envenenamento e intoxicações é maior entre crianças de 1 a 4 anos. Das internações registradas no ano passado, 199 foram de pacientes desta faixa etária, sendo 58% do sexo masculino.
Segundo o cirurgião plástico e médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau) da Secretaria, Roberto Stefanelli, o número de acidentes por envenenamento e intoxicação é maior entre as crianças que acabam ingerindo medicamentos, geralmente armazenados em locais inapropriados.
“A ingestão acidental acontece porque esses medicamentos, muitas vezes, são deixados em locais de fácil acesso para crianças como armários localizados embaixo da pia do banheiro ou em mesas de cabeceira no quarto”, diz Stefanelli.
O médico do Grau também alerta para o risco do reaproveitamento de embalagens de bebidas e alimentos para a conservação de produtos químicos ou de limpeza. “As crianças são atraídas pelos rótulos de garrafas de refrigerante ou de doces, o que também pode resultar neste tipo de acidente”, completa.
Em casos de envenenamentos e intoxicações, Stefanelli ressalta que a primeira medida a ser tomada é ligar para a equipe de resgate e manter a vítima deitada de lado. “É muito importante manter a pessoa calma e nunca oferecer líquidos ou pedir que a pessoa vomite, pois o produto químico, que já prejudicou o aparelho digestivo após sua ingestão, pode causar mais prejuízos ao fazer o caminho de volta para ser expelido”, explica.