Vertigem pode ser causada por mais de 300 patologias

dor de cabeça

Foto: Corbis

Ter a falsa sensação de movimento e rotação ou a impressão de que os objetos estão movendo e girando pode indicar vertigem. O problema ainda pode ser acompanhado por náuseas e perda do equilíbrio. De acordo com a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, a sensação pode durar alguns minutos ou persistir por várias horas e até dias. “Normalmente o indivíduo se sente melhor ao deitar e permanecer parado, mas mesmo ficando imóvel a vertigem pode ter continuidade”, explica.

Os especialistas costumam definir a vertigem como uma perturbação do equilíbrio com sensação de movimento e o paciente fica angustiado e ansioso por causa do sintoma. “A pessoa fica com medo de ter essa sensação novamente e o receio acaba se refletindo nas emoções. A vertigem é uma manifestação visível de que algo está errado e sua origem pode ter mais de 300 patologias diferentes”, esclarece à especialista, que é responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR.

Devido ao grande número de possíveis causas, a realização do diagnóstico correto sobre a origem da vertigem pode demorar. A interdisciplinaridade é fundamental, para que as patologias sejam descartadas por meio da realização de exames esepecíficos e a verdadeira causa seja identificada. “O primeiro passo é procurar um especialista em otorrinolaringologia, que irá avaliar o paciente e se necessário o encaminhará para outras especialidades”, ressalta Rita de Cássia, que também é otoneurologista e mestre em clínica cirúrgica pela UFPR.

O otorrinolaringologista deve ouvir o paciente para reduzir a sua ansiedade e poder definir as características do sintoma. Quanto mais detalhes o indivíduo der ao médico, mais fácil será o diagnóstico e mais assertivo será o tratamento indicado pelo profissional. “Várias perguntas são feitas, pois é imprescindível saber se há outros sintomas associados, em que situações eles ocorrem, qual a duração, em quais posições a vertigem aparece e se o problema surge mesmo durante o repouso ou somente quando o corpo está em movimento”, destaca.

A medicina dispõe de várias alternativas que auxiliam no diagnóstico detalhado da vertigem, como as técnicas que avaliam as interações entre o vestíbulo e os movimentos oculares, feitos pela vídeonistagmografia. “A vídeonistagmografia é um sistema de análise computadorizada do nistagmo – movimento ocular bifásico – através de vídeo. O exame é feito com uma máscara totalmente vedada à entrada de luz e os olhos do doente são iluminados por dois diodos infravermelhos que captam os movimentos oculares e duas câmaras embutidas com sensor que rastreiam a movimentação ocular e registram em vídeo”, acrescenta a médica.

No monitor são exibidas as imagens dos olhos do paciente, mas em um tamanho muito maior do que o normal, permitindo a minuciosa observação dos movimentos oculares involuntários do paciente. “Este exame é de extrema importância para a detecção das vertigens posturais, que são desencadeadas por mudanças na posição da cabeça. Existe um protocolo com várias provas que permitem orientar o diagnóstico de causa e localização da lesão vestibular. Os resultados são armazenados no banco de dados do computador, podendo ser analisados e revisados posteriormente”, observa.

Com a vídeonistagmografia o exame é mais rápido, os cálculos são automáticos e é possível gravar os movimentos oculares horizontais, verticais e torsionais e ainda clips da movimentação ocular para estudar detalhadamente cada caso. “Este sistema é considerado extremamente útil no diagnóstico dos distúrbios do equilíbrio corporal, diante da sua capacidade de identificar sinais de disfunção vestibular periférica ou central e determinar o lado da lesão”, evidencia.

O tratamento é prescrito de acordo com a patologia identificada e as características do paciente. Normalmente é indicado o uso de medicamentos e a realização de técnicas específicas para reabilitação vestibular, que propiciam a recuperação por meio da adaptação, substituição e habituação. “Essas técnicas são consideradas as melhores opções do tratamento das alterações do equilíbrio, como a vertigem, pois possui um nível de eficácia significativo e um bom grau de satisfação dos pacientes”, finaliza.

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