Cirurgia de catarata reduz riscos de fraturas entre idosos

Foto: Corbis

Estudo publicado recentemente no JAMA (Journal of American Medical Association) revela que pessoas com mais de 65 anos que passaram por cirurgia de catarata estão consideravelmente menos propensas a sofrer fratura do fêmur em relação àquelas que não se submeteram ao tratamento cirúrgico da visão. “A visão desempenha um importante papel no equilíbrio e na estabilidade de um paciente idoso. Tanto que a catarata é considerada a causa mais comum de fraturas relacionadas a problemas visuais, sendo responsável por 49% dos casos”, diz Victoria Tseng, da Brown University, nos Estados Unidos.

Na opinião do doutor Renato Neves, cirurgião-oftalmologista , além da catarata, as doenças oculares que mais comprometem a estabilidade e deixam o paciente mais vulnerável a quedas e fraturas são a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), os problemas refrativos e o glaucoma.

“Pessoas com mais de 65 anos, principalmente aquelas que têm propensão a quedas ou sofrem de osteoporose – doença que enfraquece os ossos e aumenta a incidência de  fraturas – devem redobrar os cuidados com a visão e passar por exames oftalmológicos com regularidade. Idosos que moram em sobrados ou casas de repouso que tenham escadas formam um grupo de alto risco”, diz Neves.

No Brasil, pelo menos metade da população de idosos sofre de catarata, doença em que a lente do cristalino vai ficando opaca e esbranquiçada, reduzindo drasticamente a visão. A cirurgia para remoção da catarata, seguida do implante de lentes intraoculares (LIOs), não só possibilita ao paciente voltar a enxergar, como ainda rejuvenesce a visão e aumenta a segurança na locomoção.

“A nova geração de lentes intraoculares dispensa o uso de óculos depois da cirurgia. Além de ser um procedimento seguro, as lentes intraoculares implantadas depois da cirurgia têm a função de ajustar a visão conforme a necessidade do momento”, diz o especialista. As lentes mais avançadas podem ser multifocais ou acomodativas, permitindo focar  a imagem nas diferentes condições e dispensando o uso de óculos para perto ou para longe em 98% dos casos.

“Essa cirurgia é a única na Medicina em que o paciente fica melhor do que era antes de mesmo de manifestar a doença. É como se a pessoa voltasse a enxergar com a mesma nitidez de quando tinha 20 e poucos anos”, diz Neves. O especialista afirma que a catarata avança aos poucos e que o paciente pode sofrer alterações na visão durante meses ou anos sem se dar conta da gravidade da questão. Daí a importância de pessoas com mais de 40 anos realizarem exames anuais de fundo de olho.

Na fase inicial da doença, o paciente sente mais facilidade para enxergar de perto. Mas essa sensação logo se transforma em maior sensibilidade à luz e, principalmente, aos reflexos e brilhos à noite. A visão pode parecer embaçada, dando a impressão de que as cores estão sempre desbotadas. “Esse avanço progressivo e a imprecisão visual impedem a pessoa de realizar tarefas simples, como ler, dirigir, fazer a barba ou até mesmo cozinhar. Por isso a Ciência se apressa cada vez mais em garantir técnicas que reduzam as ocorrências de quedas e fraturas, proporcionando melhor qualidade de vida para quem já está na melhor idade”, diz Renato Neves.

Redação Vida Equilíbrio

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