Carnaval saudável sem abrir mão da folia

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Foto: Corbis

Altas temperaturas, carnaval chegando e muitos foliões animados têm se preocupado com nada além de curtir o melhor dos quatro dias de folia, não é mesmo? Mas a tarefa de manter o pique, evitar a ressaca e intoxicações alimentares, seja para quem vai passar os dias na praia ou encarar um belo bloco de carnaval, não é tão simples quanto parece. Para evitar problemas e garantir que todos tenham disposição para essa “maratona de curtição”, a nutricionista funcional Gabriela Maia, que atende na clínica Nutrindo Ciclos, no bairro carioca de Ipanema, dá algumas dicas de alimentação e hidratação para esta época do ano, em que as opções de bebidas e alimentos disponíveis nas ruas são tão variadas:

Para quem vai passar os dias nas areias

Juntando-se praia, sol e calor, não é difícil imaginar que as piores opções são os sanduíches a base de maionese e os famosos pedaços de queijo coalho assados na brasa. Tratam-se de alimentos que, se não forem armazenados de forma adequada e refrigerada, tornam-se altamente propícios à proliferação de bactérias que podem dar origem a desagradáveis infecções alimentares. Aliás, entre as opções vendidas pelos ambulantes pouca coisa é saudável e indicada para consumo imediato. Para se evitar armadilhas, nessas horas Gabriela sugere que sempre que possível se dê preferência às alternativas industrializadas.

O tradicional biscoito de polvilho e os picolés de frutas são boas escolhas para quem precisa comer na praia, já que são alimentos cujas embalagens primam pela higiene e de armazenamento mais simples, além de contarem com menos calorias e gordura. Os salgadinhos assados também são uma boa pedida, porque contêm menos gordura e risco de contaminação por conta da qualidade do óleo de fritura, que costuma ser reutilizado inúmeras vezes pelos vendedores ambulantes, – analisa a nutricionista.

Outra boa dica é que se fique longe de crustáceos, frutos do mar, pastéis fritos e empadas, que além de muito gordurosos, costumam ficar armazenados em locais inadequados e sem refrigeração, fazendo com que as bactérias se multipliquem rapidamente. Sobraram poucas opções? Apele para a tapioca com recheios leves, como frango, ou para o milho cozido, que mata a fome, é rico em fibras e mantém a saciedade por mais tempo. Ah, o pulo do gato é pedir sem manteiga, pois o consumidor estará mais seguro tanto por diminuir muito as calorias consumidas, quanto por ter mais uma garantia de que não vai passar mal depois do consumo, porque a manteiga não conservada sob refrigeração é altamente perecível.

Para as crianças

A alimentação da molecada na beira da praia merece atenção especial, já que os índices de intoxicação alimentar nessa época do ano aumentam muito e os que mais sofrem são os pequenos. Por isso, os pais devem, na medida do possível, também apelar para os produtos industrializados, que garantam sua origem. Os sanduíches naturais geralmente levam maionese que, se não for bem acondicionada, também pode acabar com o programa da família, enquanto as frituras apresentam grande risco de contaminação.

Na hora de hidratar, quem opta por sucos deve prestar atenção em como ele é feito e na higiene do local. Aliás, não esqueça que as crianças precisam ser hidratadas o tempo todo. Na praia elas não param de brincar um minuto, nem para pedir água, e o risco de desidratação aumenta. Ofereça sempre água, água de coco, sucos de frutas ou picolés de frutas, que ajudam a manter a hidratação e são a cara do verão. Muita gente gosta de beber mate, mas o ideal é dar preferência aos de copinhos industrializados, pois os de galão, muito comuns nas praias cariocas, são feitos com água de origem desconhecida e podem conter coliformes fecais.

Para beliscar no bloco

Apesar de muitas vezes longos, se estendendo por horas e horas de agitação, os blocos de carnaval e micaretas costumam oferecer poucas opções para quem precisa se alimentar na rua. Por isso, uma boa alternativa é levar na bolsa algumas opções de barrinhas de cereais, castanhas e frutas secas, que são alimentos que ajudam os foliões a manter a energia em alta, quando justamente tudo que eles querem é deixar o cansaço e a indisposição de lado.

As frutas secas, como passas, ameixa, damasco, tâmaras e figos, são ricas em minerais e fibras alimentares, além de combinarem muito bem com oleaginosas como amêndoas, castanha do pará, nozes e macadâmias, ricas em gordura de ótima qualidade e em proteínas, o que garante bastante saciedade e ajuda na regulação dos níveis de glicose e colesterol do organismo. Além disso, esse tipo de alimento é rico em zinco, magnésio, vitaminas do complexo B e selênio (no caso da castanha do pará).

O ideal é sempre evitar alimentos com muito açúcar, que aumentam rapidamente os níveis de glicose do organismo e, logo em seguida, levam a quadros de hipoglicemia, que podem causar mal-estar e sonolência. As frituras, espetinhos e salaminhos, gordurosos e de difícil digestão, também deve ficar de fora do cardápio do folião.

Para quem não abre mão das bebidas alcoólicas

A dica aqui é moderação. O folião que acredita que sem bebida o Carnaval não tem graça pode optar, por exemplo, por um “caipichopp”, drink menos calórico que a tradicional caipivodka, e pedir ao garçom que seja preparado com pouco chopp e muito gelo e fruta. Para minimizar a sensação de desconforto, o ideal é beber bastante água entre uma dose e outra, já que o álcool desidrata o organismo e acaba levando à famosa sensação de ressaca.

Além disso, a ingestão de bebidas alcoólicas aumenta também a frequência urinária e acaba tornando a perda de líquidos, que já é grande com o calor dessa época do ano, ainda maior. Para não ter problemas, as principais recomendações são hidratar, evitar ficar com o estômago vazio e fugir das misturas de bebidas diferentes ou com energéticos, que aumentam muito a frequência cardíaca.

Para quem abusou

Fim da farra e, se a ressaca pós-carnaval já se instalou, a dica é consumir muito líquido, especialmente os sucos de frutas não ácidas, como melão, kiwi, pêra e morango. A hidratação constante faz com que o estômago, que já está sensível e irritado pelo excesso de álcool, se recupere aos poucos e também com que o folião reponha os níveis de glicose do organismo. Água de coco e água mineral são excelentes repositores de energia, mas o ideal é evitar algumas águas aromatizadas, que nada mais são que refrigerantes disfarçados e não hidratam tanto quanto a água por si só.

Quanto à alimentação, nessa fase, vale a mesma lógica: dar preferência a uma pratos mais leve, evitando salgadinhos fritos e petiscos e dando preferência aos salgados assados. As refeições podem conter peito de frango ou peixe, que são de fácil digestão, além de um tipo de carboidrato, como arroz, batata ou macarrão, que dão energia para o folião continuar a jornada. Uma boa pedida é complementar a refeição com legumes e salada verde, bem como castanhas e frutas secas, que ajudam a repor a energia e preparar o organismo para o dia seguinte.

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