Globalização X Saúde

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A Organização das Nações Unidas (OMS) estima que em 2015, 67% dos homens e 74% das mulheres no Brasil estarão acima do peso. Independente da classe social, a má nutrição é um dos fatores que mais contribuem para essa realidade, devido aos maus hábitos alimentares. O correto manejo dos nutrientes, em quantidades, qualidades e horários certos, além de outros hábitos saudáveis, possibilita o equilíbrio bioquímico celular, adequado para uma vida mais longa e feliz, explica o nutricionista Daniel Percego.

Nos últimos 20 anos, o consumo de bebidas adoçadas, óleos vegetais e alimentos de origem animal entre pessoas pobres aumentou muito, além do sedentarismo. “Isso porque a globalização traz um estilo de vida pouco saudável aos países em desenvolvimento”. O problema, no entanto, atinge a todas as classes sociais, já que a modernização dos grandes centros urbanos e a correria do dia a dia demandam uma maior ingestão de nutrientes variados para suportar o estresse e a pressão de um dia de trabalho. “72% das mortes no Brasil em 2005 tiveram como causa as doenças crônicas”, diz o nutricionista.

“O homem se movimenta cada vez menos, e é obrigado a absorver cada vez mais informações, lidar com emoções e desafios, o que acarreta numa necessidade aumentada de nutrientes. Por outro lado, os alimentos estão cada vez mais industrializados, com cada vez menos nutrientes e mais xenobióticos, ou seja, ricos em aditivos químicos, como corantes, conservantes e adoçantes que contribuem para uma sobrecarga dos sistemas digestivo, neurológico e imunológico, comprometendo diretamente a saúde”.

Nas ultimas décadas a alimentação tem sofrido profundas mudanças, principalmente em relação ao uso abusivo de produtos industrializados e ou processados e ao exagerado consumo de produtos de origem animal e ao baixíssimo consumo de legumes, frutas e peixes. O resultado é a redução na ingestão de vitaminas, minerais e fibras alimentares; alteração da distribuição dos macronutrientes; aumento da carga glicêmica e potencial insulinotrópico da dieta, o que acarreta processos inflamatórios e o aumento de peso corporal, e mais tarde implica na obesidade com suas complicações. “Para atenuar esse quadro é fundamental a aplicação de uma dieta anti-inflamatória”, explica Daniel Percego.

Quando o organismo se contamina com metais pesados, aditivos alimentares, corantes, edulcorantes, adoçantes, agrotóxicos, parabeno (produtos químicos) dos cosméticos, flúor do creme dental ou da água mineral do supermercado, o correto funcionamento de um grupo de células é prejudicado, explica. “Essas substâncias danosas ao organismo e chamadas de xenobióticos provocam inflamação crônica subclínica – aparentemente não há doença, mas essa condição lentamente diminui a vitalidade celular”.  Nestes casos, as células passam a trabalhar no limite, no ponto crítico de sobrevivência. “Lutam para se manterem vivas e o único modo de sobreviver é através da proliferação inadequada. Elas imediatamente colocam em ação mecanismos milenares de sobrevivência. Assim, ocorre ativação de fatores e vias de sinalização, com alcalinização citoplasmática (aumento do PH) e ativação da glicólise anaeróbia (conversão de glicose em lactato com produção de ATP em células sem mitocôndrias ou com ausência de oxigênio), o que promove o descontrole da proliferação celular, a diminuição da apoptose (morte celular programada), a formação de novos vasos e o impedimento da diferenciação celular, com o aparecimento de doenças”.

Conforme o nutricionista, é preciso retirar do organismo os metais tóxicos, aditivos alimentares, agrotóxicos e adotar uma alimentação orgânica com alimentos crus para elevar o grau de ordem das células, cuidar do sono, do funcionamento do sistema imunológico, digestivo e endócrino, além de alimentar bem a mente e o espírito. A maioria das doenças crônicas não é causada por mutações em um único gene, mas sim devido a uma complexa interação entre os vários tipos de genes e a um meio ambiente agressivo.

Uma alimentação equilibrada, uma boa noite de sono e a prática de atividade física regular contribuem para uma melhor qualidade de vida, pois fornecem proteção natural contra várias patologias. Cada organismo, no entanto, demanda um tipo de dieta nutricional. “O excesso de informação veiculada diariamente pode anular a individualidade, reduzindo o ser humano a matrizes de repetição e o empurrando-o a dietas padronizadas, esquecendo o princípio fundamental da individualidade biológica. E é através dessa individualidade que se alcança a saúde. Ela não se caracteriza apenas pela ausência de doença, mas sim como um estado geral de equilíbrio biológico, psicológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando em sensação de bem-estar e prazer pela vida. É importante respeitar cada ser humano na sua essência”.

“Conhecendo o funcionamento das células normais na sua intimidade, bem como a individualidade biológica, podemos encarar o organismo de uma forma mais inteligente. Para isso, a Nutrição Funcional contribui de forma significativa”.

Vida Equilíbrio

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Quando em excesso, qualquer coisa faz mal. Por isso sempre dizemos que equilíbrio é a palavra chave. Nós, do Vida Equilíbrio, queremos informar a melhor maneira de atingir o equilíbrio entre corpo, mente e alma. Dicas de saúde e bem-estar estão aqui para te ajudar a levar uma vida mais equilibrada e feliz.

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