Indução do sono pode prejudicar a saúde

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Foto: Corbis

A privação do sono pode comprometer a produção de hormônios que desempenham papéis vitais para o funcionamento do organismo e ainda de aprendizado, já que é durante uma das fases do sono que as informações que foram absorvidas durante o dia, são processadas e armazenadas. O apontamento é do médico metabologista, Dr. Mohamad Barakat.

Um estudo publicado recentemente na revista “BMJ Open”, do “British Medical Journal”, apontou que o uso de medicamentos para dormir pode elevar em três vezes o risco de morte. Segundo o levantamento, realizado nos Estados Unidos entre 2002 e 2007 com 10.500 pessoas, este índice se deve, sobretudo, ao fato de drogas como hipnóticos comprometerem as funções motoras e cognitivas, o que pode causar acidentes; da mistura da medicação com álcool, levando a pausas prolongadas na respiração durante o sono, além de aumentar em 35% a chance de desenvolver câncer, entre outras complicações.

De acordo com Dr. Barakat, é durante o sono em que ocorrem os processos metabólicos e que, se alterado por qualquer fator, como é o caso de medicamentos indutores do sono, pode interferir no equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e longo prazo. “O prejuízo dessas drogas para a saúde é enorme. Apesar de fazer dormir, a pessoa não tem uma noite de sono normal, mas induzida, diferente daqueles que não usam soníferos, por exemplo”, ressalta.
Embora seja uma característica individual, a número ideal de horas de sono para um adulto, varia entre 7 e 8 horas diárias e, no caso das crianças, deve-se respeitar um período de 9 a 11 horas de sono. “Na infância, uma noite mal dormida pode desde causar irritação, diminuir a capacidade de aprendizado e até mesmo comprometer o crescimento da criança, uma vez que interfere na produção do hormônio do crescimento (GH)”, alerta.

O que acontece quando dormimos?

O sono pode ser dividido em 4 fases, sendo a primeira, a sonolência, que é quando a melatonina (hormônio produzido naturalmente para levar ao sono) é liberada pelo organismo. Na segunda etapa (sono leve), os ritmos cardíaco e respiratório diminuem e é o onde os músculos se relaxam e a temperatura do corpo cai. Nas fases seguintes, 3 e 4, ocorre o pico de liberação do hormônio do crescimento, Growth Hormone (GH) e da leptina e é quando o cortisol começa, durante o sono profundo, a ser liberado, até atingir seu nível máximo, no início da manhã. Por fim, o sono REM, sigla em inglês para movimento rápido dos olhos, é o auge da atividade cerebral e é nessa fase que ocorrem os sonhos, o relaxamento muscular atinge o máximo e voltam a aumentar as frequências cardíaca e respiratória.

É no sono REM que as informações que foram aprendidas durante o dia, são processadas e armazenadas. Se alguém, adulto ou criança, dorme menos que o necessário, sua memória de curto prazo não é adequadamente processada e a pessoa não consegue transformar em conhecimento aquilo que foi aprendido. Em outras palavras: se alguém – adulto ou criança – não dorme o tempo necessário, tem muita dificuldade para aprender coisas novas.

Os riscos provocados pela falta do sono, a curto prazo são: cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração. Já a longo prazo, pode ocorrer falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória.

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