Preconceito ou precaução? Uso de remédios manipulados ainda gera polêmica entre os pacientes reumáticos

Consultas, exames, recomendações sobre o tratamento a ser seguido e uma receita com o medicamento indicado para cada caso… Invariavelmente é neste momento que o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares, ouve a mesma pergunta de diversos pacientes: “Doutor, este remédio manipulado é confiável?”.

Com mais de vinte anos de prática clínica reumatológica, o médico comenta que a desconfiança sobre os medicamentos manipulados é recorrente, mas sem fundamento. “É preciso lembrar que nos primórdios da prescrição medicamentosa, todos os remédios eram manipulados. E que hoje, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa, os medicamentos manipulados são muito frequentes. Quando ouço o questionamento do paciente a respeito da confiabilidade da prescrição de remédios manipulados, explico que a medicação indicada é segura e que a qualidade do medicamento não está no fato de ser manipulado ou industrializado, o que é fundamental é a qualidade da matéria prima e do seu preparo”, diz o médico.

Outro aspecto favorável é a possibilidade de formulação de compostos ativos não comercializados pela indústria farmacêutica. Segundo Sergio Lanzotti, a opção por um medicamento manipulado é baseada na individualidade de cada caso clínico. “O medicamento manipulado proporciona a ‘personalização’ do medicamento, adaptando sua composição, dose e forma farmacêutica às características individuais dos usuários. Dessa maneira é possível eliminar algum componente do medicamento que cause alergia ao paciente ou ainda fornecer exatamente a dose e a quantidade necessárias ao tratamento, evitando desperdício e a necessidade de fracionar comprimidos”, explica o reumatologista.

“Como grande parte dos pacientes reumáticos é composta por idosos e muitos deles têm dificuldades para ingerir comprimidos grandes, o remédio manipulado pode ser adaptado para formas mais adequadas de administração”, destaca o diretor do Iredo.
O médico também destaca que na hora de manipular o medicamento é necessário tomar certas precauções, especialmente na escolha da farmácia de manipulação. É a farmácia de manipulação, e somente ela, que é autorizada por lei a preparar e vender manipulados, sempre com prescrição médica. “Estes remédios nunca devem ser adquiridos em drogarias, clínicas, spas ou academias”, adverte Lanzotti.
Para que se reconheça uma farmácia magistral de qualidade, o consumidor/paciente deve se atentar aos seguintes pontos: o farmacêutico deve estar sempre presente e disponível para sanar dúvidas e fornecer orientações em relação ao tratamento, o estabelecimento deve apresentar boas condições de higiene e prestar bom atendimento. Além disso, a farmácia deve ter em local visível o alvará de funcionamento da vigilância sanitária. As farmácias que possuem este alvará possuem profissionais farmacêuticos, matérias-primas analisadas e aprovadas por laboratórios de controle de qualidade credenciados, visando o bem-estar e a segurança do consumidor/paciente.
“Assim, o ‘preconceito’ contra o remédio manipulado não se justifica mais nos dias de hoje. Estes medicamentos apresentam-se como uma opção para quem procura uma alternativa aos produtos disponibilizados pela indústria farmacêutica, devendo-se sempre tomar certas precauções para que a eficácia e segurança do tratamento sejam garantidos”, defende o diretor do Iredo.

Redação Vida Equilíbrio

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